segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Mamãe, aqui também tem barata

Sempre começo um tópico aqui e logo pulo para outro. Escolher um título para o post é sempre complicado. Tem tanta coisa diferente e tantos assuntos que eu fico perdida. Então fica assim, um monte de coisa  misturada, jogada no ar. Acho que você já percebeu e já até se acostumou, mas nunca é tarde para se explicar. Desculpa esfarrapada feita, agora vamos aos fatos.
Sou cegueta, tenho 4.5 de miopia e não vivo sem minha lente de contato. Trouxe algumas, mas achei melhor ir atrás de uma ótica para ver se achava aqui mais algumas, só para garantir. Cheguei na ótica, com minha habilidade linguística deixando a desejar e expliquei como pude o que queria. A vendedora tentou e conseguiu me entender. Ótimo, maravilha, fiquei me achando a poliglota. Ela foi então me mostrar onde estavam as lentes e quando vi, tinha uma super barata andando entre as caixas. Não sabia se avisava ou não, não queria que ela enfiasse a mão na barata. Então disse: “Hati hati” (ou seja, cuidado). Ela, com a expressão mais calma e natural possível, simplesmente espantou a barata com a mão e pegou a caixa. Dei um sorrisinho amarelo e agradeci, ela não tinha a marca que eu uso e eu não fiquei muito entusiasmada com a compra. Isso me fez lembrar mamma mia.
Minha mãe não suporta baratas, não é verdade, Zena? Ela me perguntou algumas vezes se aqui tinha muita. Sim, aqui tem muita barata nas ruas, nas lojas, no angkot. Mas este episódio foi sensacional, fiquei rindo sozinha depois, só pensando em como minha mãe reagiria. Ela teria dado um escândalo daqueles. Daí me peguei pensando no meu banheiro daqui.
Já descrevi as peripécias higiênicas algumas vezes, mas ainda não mencionei que  meu banheiro fica na cozinha. O banheiro tem uma parede que não vai até o teto e ele fica na cozinha e é lá no banheiro também que se lava a louça. Nunca tem água na torneira da pia, então a gente deixa uns baldes cheios no banheiro e é com esta água que se lava a louça e também a bunda...(desculpe-me pela falta de tato, mas é verdade). Agora imagine-se com dor de barriga no momento em que alguém está preparando a janta.

Ao mesmo tempo que falo tudo isso, tenho descoberto como é simples se acostumar com as mudanças. É assim que funciona aqui, então vamos que vamos. De alguma forma - que eu talvez não entenda por causa dos costumes em que cresci - dá certo, funciona, vive-se. Conto porque sei que lhe parece estranho, mas o seu certo aqui é errado, entende?


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