domingo, 23 de outubro de 2011

A arte de se comunicar

Para se virar num lugar em que você não fala a língua, tem que ter o dom de escolher a palavra certa, a mímica certa e o sorriso certo. Depois de um tempo você começa a entender o básico: número, quanto custa, por favor, obrigada, verbos mais usados, alguns objetos. E é com o meu vocabulário de mais ou menos 50 palavras de bahasa Indonésia e uma mistura com inglês e português  que eu converso sem parar.  
Na minha casa de Jakarta todos falam um pouquinho de inglês (já tenho três casas aqui, que maravilha). Isso não nos impede de papear sobre tudo que você possa imaginar.
Descobri mais ou menos como funciona a estrutura da língua e quando converso uso apenas o pronome principal da frase (eu, você...), o verbo de ação predominante sempre no presente (não sei bem o motivo, mas ‘comer’ é usado com bastante frequência) e um substantivo ou adjetivo necessário. Em geral, eu tento o que eu sei em bahasa e o resto é em inglês com o sotaque daqui e gestos, muitos gestos. Se a história já foi, eu aponto com o meu braço para trás, se é agora aponto para o chão e se é no futuro aponto para a frente.
Assim conversamos sobre educação, corrupção, problemas de família, assuntos pessoais, besteiras em geral. No meu segundo dia aqui, Lebanah, a mãe, me diz: “Maria no big city girl, Maria like nature, jungle and Maria social. Maria not money, money, money”.
 Ok, de um jeito ou de outro estamos nos entendendo muito bem. 
iki.fi/markus.koljonen 

Nenhum comentário:

Postar um comentário