Este projeto que trabalho como voluntária aqui na Nigéria é o único não diretamente ligado a educação. Trabalho para uma ONG que tem projetos principalmente relacionados a prevenção e saúde. Viajamos de vila em vila, ora para explicar sobre a importância do uso da tela de mosquito por causa da malária, distribui-las e vierificar de casa em casa se e como estão sendo usadas; ora reunião com líderes comunitários para discutir sobre planos de ação e solução de problemas que vão de falta de água limpa, disputa de terra à planejamento familiar; ora para organizar um campeonato de futebol com jogadores soro-positivo entre comunidades.
Cada saída de campo tem sua mágica, as comunidades são mais pobres do que eu imaginava ser possível e visitar estas casas e conversar com a população é intenso. Primeiro porque em muitos destes locais, eu sou a única pessoa branca que eles já viram e eles me encaram como se eu tivesse vindo de Marte. Eles tem o que comer, mas é sempre a mesma coisa – carboidrato puro, moram em casas de argila e palha. Não tem banheiro, não tem água, não tem luz, quase não tem escola, não tem hospital, não tem, não tem, não tem...a lista dos nãos é infinita.
E os líderes comunitários, na sua maioria voluntários, trabalham sem parar. Os projetos sobrevivem de doação que vem do exterior e são mais que necessários num país em que não se espera nada do governo.
Fui até uma comunidade bem remota assistir a final do futebol. As pessoas precisam se divertir também e foi o maior alvoroço. Torcida, gritaria, discursos. Queriam porque queriam que eu fosse a juíza do jogo – afinal, sou brasileira. Tive que explicar que eu não entendia nada de nada, então fiquei de fotógrafa do evento.
Todos animados e felizes da vida com o evento social, mas como todo bom brasileiro sabe – ‘alegria de pobre dura pouco’.
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