Já estou de volta aqui em Bangkok, vou ficar de férias e fazer o que mais gosto no mundo: mochilar. Provavelmente pelo Cambodia e Vietnã, mas sem muitos planos desta vez. O blog ainda está na Nigéria.
Em um sábado de noite fomos tomar uma cervejinha num bar em frente da faculdade. Tínhamos visitas – um pessoal da organização que trabalha em outras regiões, era dia de celebrar e relaxar. A ideia era ir até uma rua com vários bares que fica meio longe, mas éramos muitos, não tinha carro pra levar a gente e por isso resolvemos ir até um outro lugar que fica dois quarteirões de casa.
Tudo ia bem, muito papo e risadas. De repente os telefones começam a tocar e eu percebi que todos estavam meio apreensivos. Perguntei o que estava acontecendo: ‘há rumores de que teve uma bomba na região que estávamos pensando em ir, é melhor a gente voltar pra casa’. Ok, vamos embora...mas aí eu escuto um ‘BUM’.
Sim, foi uma bomba que explodiu alguns quilômetros de onde estávamos. E teve mais outra. Os militares não queriam deixar a gente ir embora, mas quando perceberam que estávamos pertinho de casa, acharam um carro e nos levaram em segurança.
Chegamos em casa e não se fala mais nisso, tá tudo certo, ninguém sabia o que estava acontecendo até o dia amanhecer mais uma vez. Foram três bombas, todas em lugares de grande concentração de pessoas, sendo uma exatamente no local onde pensamos em ir primeiro. Parece que um morto e alguns feridos. As bombas não funcionaram direito e o estrago foi relativamente pequeno. No dia seguinte me convidaram para ir até o hospital visitar as vítimas, mas recusei. Não me senti preparada para ver o que ouvi.
A última bomba tinha sido em setembro, sem mortos nem feridos. No natal passado não foi brincadeira. Com um grande feriado religioso chegando, todos esperam o pior mais uma vez.
Ninguém se espantou, pelo jeito foi só mais um dia em Jos. Não foi só mais um dia pra mim.O jeito é partir. Vou embora com um misto de sentimentos: saudosa, aliviada, ainda digerindo.
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