sexta-feira, 25 de maio de 2012

Entre caminhos

Sim, o blog está parado. É tempo de dar um tempo e ser tudo aquilo de novo: filha, tia, brasileira, caiçara, boa vida, amiga de infância.
Enquanto isto, fica tudo aqui parado. Às vezes lembro e relembro minha aventura. Leio, releio, vejo fotos.
Sim, recordar é viver e dar um tempo também faz parte do show da vida.

terça-feira, 3 de abril de 2012

O mundo é feito de pessoas

Amanhã de noite vou embora da Índia e acabo que considero este momento o fim desta experiência. Dentre tantas coisas que vi e vivi, muitas marcaram: Vivenciar o Ramadan; escalar um vulcão ativo; nadar em mar cristalino; visitar orangotangos na selva; ensinar em uma escola muçulmana e em um orfanato; estar em uma terra de conflito; ouvir o estrondo de uma bomba; organizar um campeonato de futebol entre vilas africanas; participar da reunião de líderes comunitários; trabalhar com prevenção da malária de casa em casa;  rezar em templos milenares; comer insetos; dançar com um noivo indiano; andar de camelo e de elefante; dormir no deserto; comer com as mãos; fazer um trekking pelos Himalayas; usar sari; começar o dia meditando com os alunos; ver o Dalai Lama....
Tantas coisas e momentos especiais. Mas nada disse separado fez a minha experiência inesquecível. Com certeza absoluta, o que fez desta minha aventura especialíssima foram as pessoas. Foram e são tantas. Fiz grandes amigos e grandes parceiros. Eles vieram desde os cafundós do Azerbaijão até as areias do litoral da Indonésia. Tem queridos que vêm dos gelados países nórdicos e outros que vem do calor infernal do miolo africano. Tem os sorridentes asiáticos e os alemães 'sérios' (que nada!). Muitos do leste europeu, brasileiros perdidos, indianos amistosos.
O mundo é feito de pessoas e é naturalmente sem fronteiras. Eu estava na hora certa e no lugar certo e isso me proporcionou conhecer muita gente do bem. O mundo está repleto delas. Eu sou um ser meio pessimista, posso até ter dúvidas sobre o futuro da humanidade e mais de um monte de coisas, mas eu não tenho dúvida alguma de que há muito mais gente do bem no mundo do que gente do mal. É muito mais fácil encontrar alguém que está pronto para te ajudar, pra conversar, para dividir momentos com você do que pessoas que querem te prejudicar. Elas existem, mas são muito poucas.
E talvez por eu pensar sobre as pessoas que eu conheci neste meio tempo, é impossível não pensar sempre nas pessoas que já fazem parte da minha vida há mais tempo.
Ah, que saudades!



domingo, 1 de abril de 2012

Um dia especial

Hoje foi um dia mais do que especial. Estou em Dharamsala, mais especificamente em MacLeod Ganj, aqui é a vila de refugiados do Tibet. Ela fica no norte da Índia, nos pés dos Himalayas. Estou aqui há cinco dias e não acredito que preciso ir embora amanhã. Aqui é incrível!
Mas vamos voltar para o meu dia. Logo de manhã, fui até o templo onde fica a casa do Dalai Lama. Disseram que ele apareceria hoje e lá eu fui conferir sem grandes expectativas. Bem, lá estava ele.
Aquela paz e aquele sorriso de sempre, olhou bem para cada um de nós e deu sua famosa benção. Foi mágico!
Logo depois fui fazer um trekking pela região. 20km depois estou em um internet café, cansada e feliz da vida.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Vem pra Índia você também...


Na Índia eu descobri que não é isso ou aquilo. É isso e aquilo. Quase tudo que se fala sobre a Índia é mentira e é verdade.
Ela é detestável e adorável. Fétida, pura. É espiritual e não há nada mais terreno. É o caos mais organizado do planeta. É pobre, é rica. É colorida, é cinza. É cansativa, é insaciável. É moderna, é antiquada.
Mas tem A palavra que descreve este país: “Incredible”. Sim, incrível, de impossível de acreditar mesmo. Vejo coisa aqui que duvido que exista mesmo depois de presenciar. Homens e mais homens fazendo cocô em público, arrotos, catarradas, peidos por toda parte. Incenso, flores, “ommmmmm”. Elefante, camelo, macaco atrapalhando o trânsito já caótico de Delhi têm também. Vacas brigando no meio de uma das avenidas mais tumultuadas do país e todo mundo  esperando têm sim, senhor.
Uma coisa é certa, você dificilmente vai achar outro lugar no planeta tão intrigante. Então respire fundo, deixe seus pré-conceitos de lado, mantenha sempre a calma e aproveite!

domingo, 18 de março de 2012

Pelo Rajasthan

Entre as cores da cidades rosa, azul e amarela.
Entre o deserto, os ratos, as vacas, os templos e o mundo de gente.
Viajando com mais zilhares de outros de trem, ônibus, camelo, elefante, rickshaw...
Ainda vai ter um pedacinho dos Himalayas...
E logo logo, adeus!


sexta-feira, 9 de março de 2012

O fim do último projeto


Hoje foi meu último dia de trabalho na escola de Pune. Foram seis intensas semanas, cada dia mais especial que o outro. Fiz grandes parceiros na escola e aprendi muito ensinando as crianças. Elas, sem dúvida, fizeram a minha estadia aqui ser mais do que inesquecível. Dentre os 62 pequenos, 62 me marcaram.
Tive meus problemas de sempre com conflitos em relação ao sistema de ensino e ao curto tempo do meu projeto. Mais uma vez ficou com aquele sentimento de que não foi o suficiente. Mas vi alguns pequenos aprenderem a ler, outros ficaram um pouco mais independentes, outros simplesmente mais sorridentes.
Vou embora com um nó no peito, mas cheia de boas recordações. Hoje foi dia de festa na escola, com muitos cartazes e cartinhas de ‘boa viagem’, ‘volta logo’ e ‘obrigada’. Quem saiu agradecida mesmo fui eu.
Hoje a noite é dia de mais uma festa de despedida. Mais grandes amigos que foram feitos celebrando os belos encontros que a vida nos proporciona. Amanhã eu vou pro norte ver um pouquinho mais da imensa Índia.
Beijos saudosos e boa viagem!




domingo, 4 de março de 2012

Murros, Casamento e Marcha Ré

A cada dia que passa em um país diferente, você aprende algo novo. Ou melhor, você aprende muita coisa nova em cada minuto vivido em um ambiente estranho.
Aprendi por exemplo que por aqui, muita coisa acontece na força, de baixo do tapete. Há um tempo, Mumbai sofria com problemas relacioanados à drogas e ao narcotráfico. O problema foi resolvido pegando este pessoal na rua e matando. Foi resolvido, rapidinho, rapidinho. E por aqui polícia bate e professor bate livremente também, e quando eu pergunto para o pessoal se eles acham esta violência OK, eles respondem: 'Ninguém apanha sem merecer'. E se você bater o carro, corre, salve-se. Porque vira um fuzuê, uma multidão e em tempo recorde começa a pancadaria. Eu não entendo, porque este pessoal em geral é super pacífico, mas uma coisa que eu percebi ser bem indiana é resolver coisas 'na mão'.
A história do pedágio para mim é uma pérola. Pois bem, depois da cancela fica um pessoal com umas pedras enormes. Se você não pagar, eles jogam pedra no seu carro. Multa pra quê, meu irmão?
E para evitar batidas de carro indesejadas, uma boa medida é avisar quando se usa a marcha ré. Ao engatar a ré, automaticamente seu carro começa a tocar uma música e pasmem...a mais famosa é a instrumental de "Chorando se foi, quem uma dia só me fez chorar" (aquela velha lambada do final da década de 80). Levou um tempo para eu perceber que esta música vinha dos carros que estavam andando para trás.
E o mais intrigante para mim foi perceber que aqui o casamento arranjado ainda é regra e não exceção. Hoje mesmo, o Kadu, uma amigo indiano, dormiu aqui na casa de um amigo e saiu bem cedinho. E por que ele foi embora tão cedinho?
Hoje é um dia importante para ele. Vai uma moça em sua casa, amiga da família. Seus pais querem apresentá-la para ele. Ela será sua futura esposa. E eu achei que a família dele fosse tradicional, que este fosse apenas um caso. Mas conversa vai, conversa vem, descobri que o mais comum é pelo menos ter o consentimento das famílias. Que o casamento por amor é estranho e visto como perigoso, mesmo entre os jovens. O amor vem depois, constrói-se.

Vivendo e aprendendo. E como já dizia Gandhi: "Learn as if you are going to live forever!"
E que Ganesh nos proteja.

sábado, 3 de março de 2012

Experiência Completa

Vivia me gabando por estar viajando há um bom tempo e não ficar doente. E quando cheguei na Índia, o povo me dizia: "Espere e verás". "Aqui nenhum estômago escapa".
Só que quatro semanas de Índia e nada de passar mal, me fez pensar que eu seria a exceção. Bom, quase.

Este final de semana estava todo programado para Hampi, uma cidade com templos antigos. Passagem comprada, tudo certo. Mas meu corpinho resolveu pedir um tempo.
Vomita daqui, revira dali. Viagem cancelada e final de semana na cama e no banheiro. Viva a Índia!

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Os poliglotas

 Aqui em casa tem japonês dizendo “assim  você me mata”, brasileira dando ‘namastê’, alemão tomando chimarrão e russa comendo com chopsticks. Tem turco falando palavrão em chinês , azerbaijanês cantarolando em italiano e tcheco mandando o outro calar a boca em japonês. Em duas semanas já nos consideramos grandes camaradas. Daí quando disse a todos que era aniversário da minha sobrinha e pedi para eles me ajudarem a cantar parabéns para ela, todos concordaram na hora.
E para o aniversário da Ju, a ideia era cantar ‘Happy Birthday’ em conjunto e gravar para mandar para ela. Daí, quando vimos que cada um de nós era de um canto diferente do planeta decidimos cantar em nossas línguas. Pensei, ‘ah, o que der, deu’. Sem prestar atenção e nem imaginar quantos lugares distantes e distintos cada um de nós representava. Estamos sempre perdidos juntos aqui pela Índia e somos tão parecidos mesmo em nossas diferenças que nos passou despercebido a mistureba que somos.
E foi assim rapidinho, em menos de dois dias, que cantamos em 20 línguas. Teve italiano, francês e espanhol. E também teve tcheco, russo, húngaro, polonês e alemão. Azerbaijanês, persa, gujarat, hindi e até sânscrito. Japonês, chinês,árabe, turco e holandês. E para finalizar, inglês e o bom e velho português. 
Planeta Terra chamando, a casa é sua, entra logo.





quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Vai um Chai aí?



Como muitos bem sabem, por aqui se bebe chai. Esqueça o cafezinho e se entregue ao chá preto super doce com algumas especiarias e leite. Opa, mas eu não tomo leite. Ou melhor, não tomava.
 Não gosto e nem nunca gostei de leite não processado. Um queijo, um danone, uma manteiga sempre caíram bem, mas o leite mesmo nunca desceu. E no meu primeiro dia de trabalho, vem uma inspetora com um copão de chai e um grande sorriso para dar. Aí não teve jeito, balancei a cabeça para dizer sim e mandei para dentro.  Um leite gordo que só com nata boiando.
Mas devagar devagarinho o gosto começa a pegar. E agora todo dia às dez da manhã vem a inspetora com o meu ‘chaizinho’ e eu aceito feliz da vida. Em algumas ocasiões paro em qualquer vendinha na rua pra comprar meu chai por 5 rúpias (ou dez centavos de dólar).
Tim tim! E tentem em casa:

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Deu zebra, Professora Girafales


Eu e el Profesor Jirafales sempre tivemos muito em comum. Ele é super alto, chato, metódico e professor. Mas hoje senti na pele o que ele sente todos os dias dando aula para a turma do Chaves.
Não me entendam mal, as crianças são super espertas, inteligentes e sempre te surpeendem, todas elas. Mesmo que em contextos diferentes e com habilidades diversas. Mas é engraçado, então preciso compartilhar:
Enquanto ensinava a diferença de ‘there is’ e ‘there are’  mostrei uma foto para três alunos e pedi que eles descrevessem a foto. “There is a book on the table” e por aí vai. Uma atividade oral, só para relaxar. A foto era de um quarto cheio de coisas.
E começou assim:
“Zebra, zebra.” Gritou o Roshan e eu perguntei. “Roshan, onde você está vendo a zebra?”.
“ZEBRA ZEBRA”, berrou ele.
“Ok, Roshan, mas me diga alguma coisa que tem nesta foto e comece a frase com ‘there is’ ou ‘there are’.
E Roshan diz: ‘There is a zebra’.
“Parabéns. ‘There is’ está correto. Mas não tem nehuma zebra aí. Eu vou desenhar uma zebra em cima da cama, ok? Agora você fala a mesma frase mas inclua alguma coisa, pode ser a cor da zebra ou onde ela está. Por exemplo – there is a red book on the table. “ disse eu.
“Ok, There is a ONE zebra”, disse o Roshan.
“Rosha, A e ONE  são a mesma coisa. Ou é ‘there is a zebra’ ou ‘there is one zebra’.”
“Mas Didi (professora em hindi), você pediu para eu fazer uma frase mais longa e eu fiz.”
“Eu sei, Roshan, mas esta frase não está correta, você pode me dizer a cor da zebra, falar onde ela está, ou sobre alguma outra coisa que você vê neste desenho”.
E ele sem pestanejar me solta:
“Ok. There is there are a one zebra. Is it good now?”
Tá, very good. Tá bom para a didi se acalmar, inspirar e expirar, inspirar e expirar e começar tudo de novo.
E neste mesmo dia, dando aula para um outro grupo, eis que eu pergunto se alguém sabia o que era summarize (resumir) e o Rupesh solta a pérola: "Claro, 'so simple', summarize é a mesma coisa que bem quente." (uma mistureba de summer e muita imaginação). E bota imaginação nisso. 
"Vocês me deixam looouca!" 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Todo dia ela faz tudo sempre igual


Minha mais nova rotina indiana começa com o rickshaw até a escola. Trabalho de segunda à sexta, das 9:00 às 16:00, com aulas de leitura, escrita e matemática para os pequenos. Têm os que ainda não reconhecem todas as letras e números e os que já conseguem ler um pouquinho.
Com os meus queridos alunos “com dificuldade” passo o dia. Saio da escola imunda, cansada e feliz da vida. As crianças são cheias de energia, de energia positiva. Claro que dá um certo desespero de ensinar criança de oito anos que ainda não reconhece letra. Mas assim vai, um dia de cada vez.
Nos finais de semana, tem o sossego ou a correria.  Tem ônibus noturno e novos pontos turísticos. O primeiro final de semana foi nas cavernas com seus templos milenares de Ellora e Ajanta e o segundo vai ser  a insanidade da cidade de Mumbai mesmo. Até a próxima!
Figurinhas - Sudeep e Vishal, meus alunos.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O projeto daqui



A foto mostra um pouco da minha turminha e com o vídeo, eu te apresento a ONG sensacional que está por trás disto tudo e onde eu trabalho como professora voluntária.




terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Lá na Escola

Depois de longas férias e muito mochilar cheguei na Índia. O projeto começou começando. Segundona veio e lá fui para a minha mais nova escola. Ela fica em uma favela aqui em Pune. Fico com a turminha da segunda série.
 A escola é grande e cheia de pequeninhos. O prédio é público, mas todos os professores e todos os gastos são mantidos por NGOs. Muitos professores vêm do “Teaching for India”.
As crianças são agitadas e agressivas, visivelmente mal cuidadas. Elas são o reflexo do que elas têm em casa. Grande parte das famílias tem histórico de alcoolismo, ficha criminal, simples e pura pobreza e por aí vai.
 Na escola não tem mesa, nem cadeira, nem eletricidade. Cada lugar é demarcado com um quadrado pintado no chão e a luz é a solar mesmo.
 Hoje é meu segundo dia e eu já estou só ó pó. Acho que foi tempo demais de férias e como você bem sabe é muito fácil se acostumar com a vida fácil, agora voltar para a realidade nua e crua é outra história.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Índia


Na Índia, tudo é demais. A sujeira é demais, tem pessoas demais, trânsito insano, uma confusão sem tamanho. Ainda estou como uma barata tonta por aqui.
E se eu queria olhar arregalado e me sentir desconfortável como eu disse estes dias, o pedido virou realidade. Mas não só eu encaro as pessoas e o mundo a minha volta, eles me olham também e balançam a cabeça. Estou treinando nas ruas e com todos o famoso gesto. É só balançar a cabeça que os outros fazem o mesmo pra você com um sorriso. É o maior barato! E claro, a comida é cheia de sabor.
Segunda vou na organização descobrir exatamente o que vou fazer, em que escola vou trabalhar e tudo mais.
Vamos que vamos!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Seguindo Dr. Seuss


Em um passado não muito distante, lá estava ela arrancando os cabelos pensando se deveria ou não largar o certo pelo duvidoso.  Certinha que só, o frio na barriga veio e ficou. Mas aí ela respirou fundo, chorou um pouquinho, tremeu de montão e foi.
Já são mais de seis meses e mais de meio caminho andado. Sem emprego remunerado, sem casa, mas com lenço e com documento. Com mais pessoas, mais aprendizados, mais perguntas, mais lugares,  mais, mais, mais. O que ela tinha ela ainda guarda com ela e tudo mais que ela ganhou foi somado e ainda tem muito espaço.
Tá no óbvio, tá no mais imbecil livro de auto ajuda. É piegas e é verdadeiro:
As coisas parecem muito mais difíceis do que elas realmente são e superar seus medos e ir atrás do seu sonho vale sempre a pena.
Sim, ela vai voltar com uma mão na frente e outra atrás, sem emprego até segunda ordem e na casa do papai e da mamãe. Ainda bem que ela não tem grandes ambições. Ela só quer viajar, aprender, ensinar. Aprender, ensinar, viajar. Além de todas as outras coisas boas que acontecem neste meio tempo e que a vida tem para dar.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Enquanto o voo não vem

Nestes últimos dias de sudeste asiático, alugamos um carro rumo ao sul da Tailândia.





Muita praia
Comida boa
E vida mansa.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Índia

O visto chegou. Mais alguns dias e eu chego lá. Para dar as boas vindas para este destino tão esperado, um link com seleção de Fotos de Poras Chaudhary, no melhor estilo Índia.
Quero me sentir desconfortável e olhar arregalado.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Será que eu posso entrar no seu país?

Estou de volta à Tailândia para aplicar o visto para Índia. Estou hospedada na casa de uma amiga da organização em Prawet, no subúrbio de Bangkok.
Aqui mora toda a família, mais de trinta pessoas em um grande terreno cheio de casas de madeira em volta. Na frente tem uma pequena lagoa onde eles criam sapos que são vendidos para os restaurantes daqui.
Estou ansiosa pro visto e para o meu último projeto. A Índia foi meu primeiro plano, mas acabou vindo por último.
Visto é sempre uma chatice e sempre me deixa apreensiva. Então, para desestressar, passei esta semana em Chiang Mai. Teve passeio de elefante, trekking, rafting, camping e o ponto alto: vilas Kayan com as mulheres de pescoços longos.
Vou na embaixada terça. Desejem-me sorte.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Viet Nam - de sul a norte

A cada quilômetro que você sobe, o Vietnam fica mais bruto, menos moderninho e mais frio.
Agora estou em Hanoi, depois de visitar o litoral e passar três noites dormindo em ônibus.
É só chegar ao norte que a viagem passa a ser mais uma aventura.

Ocorridos de um mesmo dia:
Acordei tomada por torcicolo e sem sapatos por gritos "Oioioioi". Era o motorista me dizendo que a viagem tinha terminado e que alguém tinha levado me tênis por engano, obrigada. Tive que dar risada e pegar meu chinelo na mochila, mas opa - cinco minutos depois o chinelo me resolve quebrar. Mas como tem anjo da guarda por todo o mundo, um senhor viu a cena e logo foi até mim com seu super bonder - problema resolvido.
Enquanto caminhava até o mercado a procura de um sapato barato: um homem catarrou no meu pé, uma mulher arrotou na minha orelha e um outro ser bateu com sua motoca no meu cotovelo e ainda ficou bravo comigo porque eu estava no seu caminho (no caso, a calçada). E para fechar o dia vi um mulher pegar um sapo pelo pé e estatelá-lo no chão para depois fritá-lo no restaurante em que eu estava jantando.
O melhor de tudo é que eu adoro esta confusão. Os Viet Congs que me desculpem, mas o norte mereceu vencer a guerra. Com eles ninguém pode.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Na Conchin-China

Sim, a Conchin-China existe (ou melhor, existiu) e cá estou eu onde um dia foi sua capital, Saigon. Hoje mais conhecida como Ho Chi Minh City, a maior cidade do Vietnã.
Depois de quinze horas de ônibus cheguei por aqui. Estou hospedada na casa de um amigo da Malásia.
Serão duas semanas. Entre as luzes da grande cidade, a paz do rio Mekong, as dunas de Mui Ne, o charme de Hoi An e a loucura de Hanoi.