A viagem tomou forma apenas um mês antes de começar, assim do nada. Perdi o emprego e antes de iniciar a tortura de ir atrás de outro, resolvi dar uma volta. Carol, a parceira de viagem de muitos outros carnavais é autônoma e também estava com vontade de espairecer. Pronto, juntamos a fome com a vontade de comer e elegemos a América Central como a bola da vez.
A dúvida era: de cima pra baixo ou de baixo pra cima? Como a carteira manda, resolvemos começar pelo Panamá já que envolvia menos milhas. Compramos só ida e tínhamos três meses pela frente, sem uma data específica de volta. Dica valiosa: caso compre só ida, tenha provas de que vai sair do país, seja por terra, céu ou mar. Tenha a passagem em mãos senão você não consegue fazer o check in. Outra opção é comprar uma passagem de avião para sair do país destino (não necessariamente de volta pro Brasil) com reembolso, você ainda paga uns impostos, mas recebe o dinheiro de volta.
Bom, vamos lá, logística: nenhum país da América Central exige visto, mas alguns exigem carteira de vacinação internacional de febre amarela. Você consegue tomar a vacina no aeroporto internacional, mas tem que ser 10 dias no mínimo antes da viagem e tem validade de 10 anos. Faça logo isso porque vários países exigem e dura um tempão. Grana: em geral, Nicarágua e México (é América do Norte, mas pode entrar no roteiro) são os países mais baratos, Costa Rica e Belize são caros. Você encontra uma média de 20-30 dólares quarto para duas pessoas com banheiro, hostel mais ou menos 10 dólares por pessoa. Quase todos os países aceitam dólares (mas a cotação é pior, vale sempre mais a moeda local) e caixa eletrônico está em todos os lugares, não esqueça de liberar seu cartão de crédito. Comida de rua é sempre mais barata e chicken bus ( ônibus escolar americano velho pinga-pinga) te leva para quase todos os lugares por um preço camarada ou todo lugar tem Shuttle (transporte privado para turistas) por um precinho maior mas quase perrengue free (o problema é que normalmente é van, se você tem minha altura vai doer o joelhinho, não é nada confortável).
Agora vamos para o roteiro que foi tomando forma ao longo da viagem:
Panamá:
Cidade do Panamá
San Blas
Bocas del Toro (Isla Bastimentos, Bocas Town)
Costa Rica:
Puerto Viejo de Talamanca (Cahuita também)
Manuel Antônio
Monteverde
La Fortuna
Nicarágua:
Isla de Ometepe
Granada
Little Corn Island
Big Corn Island
León
Honduras:
Roatan
Utila
Copán
El Salvador:
Santa Ana
El Tunco
Ruta de las Flores
Guatemala:
Antigua
Lago de Atitlan
Semuc Champey
Flores
Belize:
Ambergris Caye ( San Pedro)
Caye Caulker
México:
Bacalar
Campeche
Mérida
Rio Lagartos
Isla Holbox
Puerto Morelos
Tulum
Isla Mujeres
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Cidade do Panamá |
Panamá
Chegamos na Cidade do Panamá e esta foi a única capital que não só cruzamos na viagem, já que fugimos de cidade grande. Ficar no centro histórico é uma ótima, ele é super charmoso e pequeno, passear pela orla no fim do dia e se aventurar de ônibus público por aí. Não fomos no canal do Panamá, mas se você tem interesse, vai lá. Ouvi dizer que depois das quatro, rola ir no restaurante que tem vista para o canal de graça e nem precisa consumir, basta ser cara de pau. Fica meio fora da cidade mas você pode ir de transporte público por conta (mais barato) ou tem tour que todos os hotéis/hostels oferecem. O que a gente queria mesmo era sair da muvuca e ir pra San Blas.
San Blas:
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Nossa hospedagem! |
Qualquer hotel/hostel/agência oferece e você não precisa comprar com antecedência ( a menos que seja super alta temperada ou grandes feriados). Tem muitas opções de ilhas e, em geral, quanto mais longe do continente mais caro e mais bonito. Não fique nas ilhas maia baratas e mais perto porque seu sonho de paraíso vai ser um pesadelo. Você vai ver muito lixo e muita gente. Tem opções de ilhas menos habitadas e mais distantes que fazem jus àquela imagem de ilha paradisíaca. Ficamos duas noites, eu achei o necessário, fizemos um passeio por outras ilhas e foi lindo. Caso você esteja com bufunfa vale muito a pena ir de veleiro e ficar hospedada neles, é mais caro ainda, mas deve ser o máximo. Outra super opção é ir de Cartagena até lá de veleiro, caso queira começar a viagem na Colômbia. Não deixe de ir a San Blas, o arquipélago pertence a uma tribo indígena independente, as ilhotas são divinas, só com cabanas de palha, mas você vai ver lixo, principalmente nas ilhas mais movimentadas. Escolha bem a ilha. Ficamos na Chichime, bem simples, banho trash, comida meio oleosa e sem variedade e cabana de palha, mesmo assim adorei. O pacote inclui tudo, transporte, hospedagem, passeio e três refeições por dia, menos bebida.
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A turma que fica nos veleiros e o mar lindo de morrer! |
Bocas Del Toro:
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Carol esperando o sol baixar na Isla Bastimentos |
De volta à cidade do Panamá, você precisa ir na rodoviária comprar a passagem pra Bocas, saem no final do dia e só pode comprar com um ou dois dias de antecedência, não antes. O ônibus tem um ar frio da pega, pode levar agasalho ou então congela. Ele chega no comecinho da manhã direto no lugar que pega o barquinho pra Bocas. Já tem o barquinho esperando na chegada, compra a passagem na hora e vai. Chega em Bocas e é meio decepcionante depois de San Blas, mas isso é só a primeira impressão da cidadezinha, as praias são meio longe, envolve ônibus, bicicleta ou barco. Você tem a opção de ficar em outras ilhas, ficamos na Bastimentos também, mas não valeu a pena. Lá vale muito a pena ir para Red Frog Beach e fazer um passeio para as ilhas mais longes e mais bonitas. Tem muito turista, uma vibe bacana e chove pacas, vai da sua sorte com o tempo. Se você quiser tranquilidade poderia se hospedar em outras ilhas próximas ou na Red Frog Beach, se quiser um movimento a noite, é melhor Bocas Town mesmo. Isla Bastimentos é uma opção, mas os locais nos deixaram muito incomodadas, num nível que não saímos de noite nem pra jantar, muito bêbado pegando no braço, falando coisas tipo "hot bitch", "nice boobs" e afins. Tem vários casos de roubo nas trilhas também ( fomos pra Wizard Beach com dois policiais armados escoltando a gente), então vai de barquinho direto para Red Frog Beach de Bocas Town para não arriscar ou arrisque. Talvez se não for só em mulher seja mais fácil. Mas a cultura caribenha é bem machista e folgada. A costa é um outro planeta, bem diferente da cultura de cada país da América Central. Uma cultura meio rasta, reggae, quase slow motion, super interessante, com língua própria, mas como mulher me senti muito invadida e desrespeitada. Prepare-se. Mas também prepare-se para aquele marzão maravilhoso.
Acabou Panamá, faltou muito Santa Catalina e Coiba, se puder vá porque dizem que é mara. Tem outras coisas interessantes por lá, claro, mas o país é caro e ainda tinha muita coisa pela frente.
Costa Rica:
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Fronteira |
Bocas está perto da fronteira e em qualquer lugar por lá tem transfer para Puerto Viejo. Você pode ir por conta, mas o custo benefício, neste caso, não vale. Vai da sua garra de enfrentar o perrengue no momento. A fronteira foi tranquila, tem que pagar uns dólares pra sair do Panamá e entrar na Costa Rica. Não teve nenhuma pergunta, mas em geral, podem não gostar da sua cara e pedir uma prova de que está saindo do país, prova de que pode pagar a viagem e hospedagem. Pega qualquer passagem na internet, recorta e cola, uma gambiarra qualquer e pronto, mas nem vão pedir, mas pelo menos você tem o que mostrar se necessário. A chance é pequena, pode acontecer em qualquer fronteira. Então, só pra garantir, se quiser. Bom, fomos de Shuttle então foi tanquilíssimo, nos deixaram no hotel que tínhamos reservado no booking.
Puerto Viejo de Talamanca:
Tem muito turista, principalmente surfistas. Os americanos dominam a Costa Rica. Ela tem muita estrutura para turista e cobra por isso. Mas Puerto Viejo é bem gostoso, você pode alugar uma bike para conhecer as praias ou ir de ônibus que demora para aparecer, carona também rola bastante por lá ( eu tenho um misto de medo e vergonha de pedir carona). Punta Uva, uma das praias perto, eu gostei muito e o Parque Nacional de Cahuita é sensacional, uma floresta tropical paralela ao mar com muitos bichos (esquilo, macaco, bicho preguiça e muitas aranhas, muitas). Da pra fazer ele a pé em algumas horas, pode levar umas comidinhas, é melhor ir de tênis ou bota. E claro, biquíni pra entrar na água, se o mar estiver claro tem lugar pra fazer snorkel. Ao contrário da maioria, neste você só paga o que quiser na entrada. Eu gostei muito dele, de verdade.
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em Cahuita |
Manuel Antônio:
Pegamos um ônibus para San José e outro para Manuel Antônio. Tranquilo. Tudo leva bilhões de horas, as estradas são mão dupla, vai bem devagar e parando, sempre viaje de manhã porque você imagina duas horas e lá se vão dez. Não pense nos poucos quilômetros, ou pense em 30 km/h.
Mas uma hora você chega e nós chegamos. Lugar pra ficar lá é mais caro, vale ficar perto do parque ou na cidade, vai da sua preferência. Tem ônibus pro parque. O parque é caro e movimentado, mas é lindo de verdade. Tem restrições de comida por causa dos animais, cheque antes. Custa caro pra entrar, vá de manhã e fique o dia inteiro. Se estiver se sentindo abonado, pague um guia para ver mais animais, principalmente os pequeninhos já que eles levam uma super luneta. As praias também são boas. Faça todas as trilhinhas, vá com vontade de andar, quanto mais longe, menos gente. E da-lhe ver bichos, incluindo o meu preferido, a preguiça, sempre charmosa.
Monteverde:
É mais perrengue de dia inteiro pra chegar de busão, a estrada é ruim pacas, você sobe muito. Lá faz frio. Eu digo: frio. Tem um quê de Monte Verde brasileiro. O parque é bonito, você fica a cima das nuvens, mas eu quase não vi animais. A turma vai lá pelos esportes radicais, tem mil opções bem cobradas, vários parques diferentes que oferecem fortes emoções das mais variadas, eu achei tudo caro, pra variar. Caso esta seja sua praia, vá fundo. Eu mesmo não gostei tanto de lá, mas é o preferido de muitos. Não gostei pelo fato de ter muitos parques nacionais na Costa Rica e este é muito empenho de chegar, mas vale a pena, é bonito.
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No parque em Monteverde |
La Fortuna:
Começou a farra dos vulcões. Mais uma estrada, mais uma chegada. Vale encarar subir o Cerro Chato, ir na cachoeira, passar por onde passou a lava do Vulcão La Fortuna e ir vê-lo mais de perto. A trilha pro Cerro Chato não tem nada de chata, mas tem de desafiadora. Vai tremer a perninha no final do dia. Eu aconselho ir de guia porque não é mole. E desça até a cratera com o lago. A descida é lama pura, difícil até para quem está acostumado, mas chegar na lagoa é missão cumprida. Em La Fortuna tem vários passeios, tem o Rio Celeste, mas é tudo muito caro, você acaba tendo que escolher o que tem mais a ver com você. Também vale a pena ir nos rios de água quente do vulcão, tem público e tem particular. Caro com conforto ou de graça com o povão, a escolha é sua. Pesquise os preços dos passeios ou vá por conta de carro alugado ou táxi. Os preços variam bem. Fechamos com um guia local independente que fica no supermercado oferecendo passeio, Juan, em geral nos hostels o preço é melhor, mas os grupos são grandes.
Esta foi a Costa Rica, sem Tortuguero ( não deu), sem Corcovado ( também não deu) sem o litoral do pacífico dominado por surfistas (não queria mesmo).
Nicarágua:
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Percurso |
Até que enfim chegamos em um país mais barato, mais povão, mais excêntrico.
Fomos de ônibus por conta, um ônibus até um cruzamento, outro até a fronteira, outro até perto de onde pega a barca pra Isla Ometepe e um táxi. Muitas e muitas horas, mas muito fácil. Se você não tem vergonha de rasgar seu portunhol e perguntar, você vai pra onde quiser por conta na América Central, não sem sofrer com o calor, com a muvuca, com a lentidão. Neste trecho, por exemplo, quem sofreu foi minha mala que caiu do ônibus em movimento numa estrada de terra. Grita aqui, o ônibus para, lá está sua bagagem rolando na terra, pega a bagagem e volta pro ônibus como se nada tivesse acontecido e continua.
Isla Ometepe:
Chegamos e pegamos a barca para a Isla, ficamos na comunidade da chegada onde a maioria fica, Moyogalpa. É estratégica e tem um certo movimento sem ser cheia. Achei uma boa. Para conhecer a ilha você pode pegar ônibus público ou fechar com um táxi o dia inteiro. O ônibus não é muito frequente e não vai para todos os lugares, mas é muito mais barato. Você também pode alugar uma scooter e desbravar. Ela é bem bonita. Como um oito com um vulcão em cada círculo. É bem grande e com muito a ser explorado. Não quis subir os vulcões porque não tava no clima de trilha pesada, tava vindo da Costa Rica com trilha pesada todo santo dia. Então, fizemos a rota básica que todos fazem e depois fomos ver um belíssimo por do sol na Ponta Jesus Maria. Gostei muito de Chaco Verde, incluindo o mariposário, por mais deprimente que ele possa parecer, e um mergulho nos Ojos D'agua para aliviar o calor do cão. É uma ilha diferente no meio de um lago monstro, com trilhas pequenas e grandes, com vários vilarejos, cachoeira, lagos, bichos, vulcões.
Granada:
Pegando a barca de volta já tem ônibus esperando para Granada. O chicken bus, lotado, com música alta, gente vendendo de tudo, parando todo segundo, ele mesmo, seu parceiro mais parceiro por toda América Central. Caso não tenha para Granada direto, tem pra Manágua, desce antes de chegar em Manágua e pega um coletivo até Granada, todos te avisam onde parar.
Granada é muito charmosa com muitos passeios ao redor, reserve uns bons dias pra ela. Vá ver a cratera com magma borbulhando do Masaya, visite a laguna de Apoio e dê um mergulho, faça a trilha no parque nacional Mombacho. Tirando o Masaya de noite para ver a lava, com boa vontade você faz muita coisa por conta. Caso queira, não vai faltar agência pra te oferecer passeio. Na beira do lago tem passeio pelas ilhotas também. Durante o dia você desbrava seus arredores e de noite passeia pela cidade, super movimentada por turistas.
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Vulcão Masaya |
Little Corn island:
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Acordar com o sol em Little Corn |
Sem dúvida a viagem mais cansativa de todas, chegar na Little Corn por terra e mar. Aviso: não vale a pena. Compre a passagem de avião ida e volta direto no aeroporto de Manágua. Não precisa comprar com mais de um dia de antecedência, é mais barato direto no balcão do aeroporto. Mas a gente queria economizar, não vamos pegar avião, que brilhante ideia. Levamos três dias, ônibus para El Rama, lancha para Bluefields, barco para Big Corn, lancha para Little Corn. Não tem barco todo dia de Bluefields ou El Rama para Big Corn e não é confiável o dia que ele sai, muito menos a hora, principalmente o Captain D, que sai de El Rama quando quer, para em Bluefields por quantas horas precisar e transporta de um tudo. É possível ir assim, mas é muito cansativo e estressante. Sério. Com um certo quê de insegurança. Ok. Enfrentamos, tínhamos tempo e vontade e deu certo, mas que empenho dos infernos.
Chegar em Little Corn foi tipo vencer uma guerra. Vencemos. Chegamos, andamos e encontramos uma cabaninha de madeira de frente pro mar. Vitória. Little Corn, como todas as ilhas que fomos do Caribe, está sendo judiada pela alta do nível do mar. Ela está sendo devorada pelas beiradas, mas continua linda, pequenina, deliciosa. Tem snorkel, tem preguiça na rede, tem prainhas e a vibe caribenha e tem lagosta por um preço camarada (não logo na chegada e na rua principal que tudo é caro, mas mais pra dentro você encontra um bom prato por oito dólares). Se você mergulha, sorte a sua, se não, também não é ruim não, viu? Vá atrás de descobrir uma praia mais bonita ( a que fica o resort Yemaya é linda) e procure passeio de barco e snorkel que a turma que trabalha com isso é devagar, quase parando. É aquela vontade louca de sombra e água fresca. A ilhinha é encantadora, mesmo com seus problemas de infra estrutura e construção a beira mar.
Big Corn Island:
Lá tem um aeroporto com vôos diários pra Manágua. Custa uns 180 dólares ida e volta e demora tipo uma hora. Pensa nos três dias, comida, pouso, faça as contas e descubra que o perrengue da odisseia sem voar não vale. De Big Corn tem pequenas lanchas para a Little Corn, todo dia de manhã e de tarde e é rápida.
Big Corn tem bem menos turistas e é bem maior, tem bons lugares no norte para snorkel e também vale a pena ser conferida. Você chegou até aqui, visite as duas.
León:
Bom, voltamos de avião porque rapadura é doce, mas não é mole. Nos rendemos, o único trajeto por ar sem ser a ida e volta do Brasa. De Manágua tem vans frequentes para León, todos conhecem, é rápido e fácil. Lá é uma cidade com veia política, revolucionária, com muitos murais pelas ruas. Tem vários passeios perto como San Jacinto e o mais famoso: Volcano Boarding ou algo assim. Basicamente você sobe um vulcão e desce estilo skibunda, sem miséria na altura, calor e velocidade. Tem várias empresas que oferecem, mas a mais famosa é a Big Foot, que também é hostel, eles são os percursores, tem algumas outras mais baratas, mas eles gravam, tem roupa e board apropriado.
Bom, a Nicarágua é sensacional e muitos começam a desbravá-la por San Juan del Sur, no litoral sul, pacífico. Ela também é famosa por muitas ondas, mas não fomos.
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Um dos muitos murais de León |
Honduras:

Roatan:
Chegar em La Ceiba foi só pra dormir e seguir para a ilha de Roatan. Ela é menos cara do que dizem e vale muito a pena conhecer. Pegamos o barco que vai pra lá de manhã e um táxi coletivo até o lugar que íamos nos hospedar. Pegue o táxi coletivo, peça por ele, se não é muito caro. Ou você paga o preço dos resorts, ou você fica no centrinho turístico e vai de water táxi para a praia linda onde estão os resorts e economiza. Você pode caminhar até lá de West Bay, onde ficamos e fizemos, mas demora bem uma hora. Fomos e voltamos a pé um dia e depois outro dia de barco. O canto da praia é lindo e ótimo pra snorkel, pertinho da areia, pega seu snorkel e seja feliz, se não tiver o seu, pode alugar. Uma dica: compre um snorkel antes da viagem, vale a pena. Leve um lanchinho se não quiser gastar os olhos da cara. Também tem passeios de barco, fizemos e foi muito bom, mas fizemos de West Bay que era mais barato. Depois de umas noites por lá pegamos um barco pra Utila.
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Roatan. Me esqueçam aqui, por favor! |
Utila:
Tem barco de Roatan, você não precisa voltar para o continente, mas não é todo dia, quando fui tinha sexta, sábado e domingo, mas era super baixa temporada. Caso não tenha, você precisa voltar para La Ceiba e de lá pegar para Utila. Utila é uma ilha bem menor e dominada pela molecada. Vai todo mundo pra lá fazer curso de mergulho que é um dos mais baratos do mundo. A ilha tem seus problemas, mas oferece mergulho e snorkel de primeira. Muitos carrinhos de golf e tuk tuk, construção no mangue, lixo. Para snorkel, vc pode sair com um grupo de mergulhadores de barco e tem um lugar incrível chamado Neptunes, você pega um barquinho para lá, é um resort com comida a preços ok com um snorkeling sensacional. Você nada do píer e lá está o recife de corais. Aí é aquele dia come, dorme, snorkel e assim sucessivamente, não esqueça do repelente que tem muito inseto. Não esqueça do repelente e do protetor solar nunca, tenha sempre os dois a seu alcance. Outra coisa linda, a mais linda das lindas: Water Cay, uma ilhota na ponta da ilha que você vai de barco. Ela é lagoa azul style. De brilhar os olhos, minúscula, sem construções, água rasa cristalina de um lado e recife de corais do outro. Se você é da noite, Utila é famosa por festas, eu sou preguiça. Lá tem um bar todo psicodélico chamado Treetanic, uma construção que vale a pena conhecer e tem também hostel onde a turma que vai fazer curso de mergulho fica e é diversão na certa, caso seja isso que você procure.
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Water Cay, Utila. |
Copán:
De Utila foi barco de volta pra La Ceiba, ônibus para San Pedro Sula (Já foi a cidade mais perigosa do mundo! Lá tem um terminal de ônibus central enorme e super prático, tudo que conheci da cidade) e mais um ônibus para Copán e mais um dia inteirinho de estrada. Mais uma vitória, mais uma chegada podre no começo da noite.
Copán é muito agradável, lojinhas, café, fazendas, cervejaria alemã delícia com preço justo (Sol de Copán) e as ruínas que você vai a pé da cidade.
O que este sítio arqueológico Maya tem de mais diferente é que as esculturas nas pedras são abundantes e vivas e tem muitas araras, já que eles têm um projeto lá para aumentar a população deste animal. Elas são lindas e muito simbólicas para os Mayas. Ela pode ser explorada em uma manhã. É uma cidade mais geladinha, histórica, bem gostosa e bem na fronteira com a Guatemala.
Mas ainda tínhamos El Salvador pela frente.
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Ruínas |
El Salvador:
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Busão nosso de cada dia |
Pegamos um Shuttle para Santa Ana. De Copán tivemos que atravessar a fronteira com a Guatemala, sair da Guatemala para atravessar a fronteira com El Salvador. Apesar da chatice burocrática foi rápido e fácil, sem ter que trocar de ônibus mil vezes a vida fica mais colorida. A chegada em Santa Ana foi quase num piscar de olhos, salvo um certo exagero da minha parte. El Salvador é um país pequeno, mas populoso que só. Uma boa bagunça, vá pronto.
Santa Ana:
É uma cidade base para alguns lugares bem bacanas. Mas a cidade em si, não é assim muito aprazível. Na chegada já fomos conhecer o lago, pegamos um circular, tem ônibus pra tudo por lá, não precisa de tour. O lago tem uns restaurantes em volta, a turma nada de roupa, tem uns passeios de barco. Ele é bonito mas eu tinha uma expectativa maior. No outro dia, fomos conhecer o parque e subir o Vulcão Santa Ana. Fomos de circular também, que deixa na entrada do parque. Tem saída para trilha guiada, obrigatoriamente, todo dia as 11 da manhã. Leva umas duas horas, uma pouco puxada, mas nada que uma boa vontade não resolva. Lá tem coisas pra vender, mas é melhor já levar um lanchinho. A subida é bem bonita e a cratera com o lago verde claro meio leitoso borbulhando lindíssima. De Santa Ana, tem como ir bate e volta de ônibus para algumas ruínas em volta, mas elas todas fecham na segunda feira. O vulcão Santa Ana e o parque em si bombam nos finais de semana, se você não quiser fazer a trilha com mais duzentas pessoas, evite sábado e domingo.
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No topo do Vulcão Santa Ana |
El Tunco:
Bom, não íamos para El Tunco, point dos surfistas, praias com ondas grandes com areia negra vulcânica e cheia de pedras, mas acabamos indo. De Santa Ana, pegamos um ônibus para La Libertad, cidade portuária, e depois outro para El Tunco. Lá em volta tem várias praias, tem circular de hora em hora na estrada se você não quiser alugar carro. A mais famosa é El Tunco mesmo. Tem um belo por do sol, mas é pequena e a praia em si não é legal. Foi divertido, conhecemos uma turma, relaxamos, mas se você não vai surfar, não sei não. Também passamos uma noite em El Zonte, uma praia bem pertinho e bem menos movimentada e também com um belo por do sol. El Cuco, no canto sul do país, era onde queríamos ir, parece ter menos pedras e ser mais bonita, mas era bem mais longe e por isso não fomos.
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Pôr do Sol em El Zonte |
Ruta de Las Flores:
De lá, El Zonte, pegamos um ônibus para Sonsonate e de Sonsonate para as Cidades que pertencem a Ruta. Elas são mais frias, são charmosas e famosas por seus festivais de comida no fim de semana e por seus murais coloridos retratando a vida típica de lá. É um clima de interior, tem ônibus ligando cada uma, então é fácil escolher uma como base e visitar as outras. Um final de semana por lá é o suficiente.
Guatemala:
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Fronteira |
De lá, você está a um pulo da Guatemala. Pegamos um ônibus até a fronteira, cruzamos a fronteira e pegamos outro para Cidade da Guatemala. Como não queríamos ficar lá, pegamos outro para Antigua. Então. Bem, mais um dia de estrada, um pulo para a fronteira, uma viagem rápida teoricamente, mas o dia na estrada é sempre muito mais longo que o previsto, chegamos de noitinha.
Antígua:
Que cidade linda, charmosa, vibrante, colonial. Ok, é cara e turística, mas também é maravilhosa e tem belas vistas para os vulcões. De Antígua você pode conhecer Chichicastenango também, tem tour para esta feira tradicional Maya que acontece toda quinta e domingo. Dá-lhe pechinchar, fotografar e se esbarrar na multidão colorida e culturalmente rica. Outro passeio popular é visitar o vulcão Pacaya, que até pouco tempo atrás podia ir até onde corria a lava, mas agora não mais. E a cereja do bolo, subir o Vulcão Acatenango para ter a vista do Vulcão Fuego (que está ativo e entra em erupção com muita frequência). Sobre o tour para o Acatenango acampando uma noite: a subida é extenuante, leva mais de cinco horas e você carrega tudo nas costas a menos que pague um carregador para isso (Considere pagar 20 dólares pra subir, não ida e volta, e a trilha fica muito menos pesada). Você acampa com uma vista maravilhosa pro Fuego (depende do tempo, abre e fecha, caso esteja nublado não tem visibilidade). Tem tour de preços mais variados de 30 a 100 dólares, a OX é a mais conceituada mas cobra por isso, oferece mais também. O frio é de lascar, tipo três calças, muitas camadas de blusa em cima de um casaco grosso, luva e touca. Algumas agências emprestam roupa e outras alugam. A noite é gelada tipo 0 graus na altitude, com boa chance de chover, você está na montanha, não acredite na previsão do tempo. Depois de andar estas cinco horas e montar acampamento, você fica lá naquela expectativa louca do vulcão entrar em erupção. No nosso caso, ele estava em erupção na cidade, dava pra ver de Antigua, muito lindo, mas quando chegamos lá ele apenas cuspia fumaça e teve uma escorrida ou outra de lava. Na manhã seguinte, quatro e meia, começa a subida mais pesada, são quase duas horas para chegar ao cume do Acatenango. Vale todo o esforço e é indescritivelmente mágico. Volta. Toma café. Desmonta acampamento e desce tudo o que tínhamos subido um dia atrás. A trilha de volta é muito mais tranquila. Se você gosta de trilha ou encara uma aventura, vá. É maravilhoso.
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No topo do Acatenango, com vista pro Fuego. |
Lago Atitlan:
San Pedro de La Laguna:
Depois de uns bons dias em Antígua, fomos de ônibus até Panajachel ( tem um ônibus direto, ou tem outros para Los Encontros e mais um para Panajachel ou shuttle). Na beira de um lago enorme, com muitos vilarejos em sua volta. Como queríamos algo menos muvucado, pegamos uma lancha para San Pedro desde Panajachel. Ela fica na beira do lago, tem alguns bares e restaurantes, vários turistas, ainda assim tranquila. Lá é uma boa base, mas tem outras opções. Nós ficamos lá e fomos de tuk tuk para San Juan e San Marcos. O lago é mais bonito na beira de San Marcos, lá tem um parque bom para caminhar e nadar. Lá também tem uma vilinha mais alternativa. Em San Juan tem várias tecelãs. É possivel, mais rápido e o mesmo preço, ir de lancha para os diversos vilarejos.
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O lago, visto de San Marco de La Laguna |
Semuc Champey:
Até lá é um longo percurso. Tem algumas opções de Shuttle de San Pedro e de Panajachel. É um dia inteiro de viagem, levamos quase 12 horas pra chegar. A cidadezinha base, Lanquin, não tem quase nada. Algumas pousadas, normalmente que já têm restaurante e oferecem passeio para as cavernas e Semuc Champey. É bem lindo, mas achei que seria mais. As cavernas cortadas pela água são bem interessantes e Semuc vista do mirador é impressionante. Ficamos lá, mas uma outra opção é Coban, que fica umas três horas de distância, é uma cidade grande que oferece passeios para lá. Fora isso, de Coban tem uma reserva ecológica onde se você tiver muita sorte você vê quetzal, o pássaro símbolo do país e também tem uma laguna, La Chua, que não conhecemos mas dizem que é muito linda, também já é mais caminho para Flores.
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Semuc Champey vista do Mirante |
Flores:
Mais uma longa estrada. Estou cansada só de lembrar. Fomos de Shuttle, mas poderíamos ter pego um ônibus para Coban e mais uma troca até Flores. A preguiça reinou e fomos de Shuttle. Deveria ter parado em Coban, este trajeto foi especialmente sofrido, a van era muito desconfortável e tava lotada. O Shuttle é muito apertado e eterno, saímos às oito da manhã e chegamos no fim do dia.
Flores fica na beira do lago, tem muitos restaurantes, lojas e hotéis, é gostoso andar por lá. Você pode visitar umas prainhas de barco ou ficar de bobeira na cidade antes de conhecer as ruínas de Tikal. Para chegar de lá a Tikal, você precisa de um tour e gente oferecendo lá não falta. Você tem a opção de pagar mais, sair três e meia da manhã e mirar o nascer do sol de cima da pirâmide ou ir um pouco mais tarde, tem saída o dia inteiro. Fizemos a primeira opção, depois de apreciar o sol, você dá uma volta pelas ruínas com o guia antes do calor ficar insuportável. Eu, particularmente, achei que valeu muito a pena.
Guatemala ainda te oferece muito mais, como as trilhas a partir de Xela, Rio Dulce e barco até Livingston, mas não dá pra fazer tudo.
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Tikal |
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Para engolir a fronteira |
Belize:
Fomos de Shuttle até Belize City, a partir de Flores. Também foi cansativo. A fronteira de Belize é um pouco mais chata, mas vai com fé. Belize é bem diferente dos outros países. Primeiro, é cara. Segundo, falam inglês, foi colônia inglesa até começo dos anos 80. Terceiro, a cultura caribenha lá é bem forte. É uma turma que demora pra gente entender, pra mim foi mais difícil, pelo menos. Eles são um pouco grosseiros a princípio, mexem com a gente o tempo todo, nada sorridentes. Esta foi minha primeira impressão, pelo menos. Chegamos e pegamos um barco para San Pedro.
Ambergris Caye, San Pedro:
Já tínhamos sido avisadas que lá era caro demais, mas achamos que seria possível. Bem, lá era tudo o dobro do preço do que estávamos pagando até então. Como tinha tido um furacão há dois meses, tava tudo bem decaído. Nos disseram que lá teria praia, mas não, a faixa de areia é bem pequena e o mar tem muita alga e os mesmos passeios aqui são o dobro do que cobram em Caye Caulker. Mochileiro lá quase não existe, é mais a turma mais velha abonada. Aproveitei mais a piscina e a cama do que qualquer outro lugar que eu já fui na vida. Acho que é o único lugar da viagem que eu teria pulado.
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Píer destruído em San Pedro |
Caye Caulker:
Fomos de barco para lá, que é uma ilha bem menor e cheia de viajantes. Lá também não tem praia. O mar invade tudo e você vê bastante lixo e desleixo. É cara, mas possível. Acho que o que faz dela imperdível é o recife de corais que você chega de barco. O passeio de dia inteiro lá é magnífico, em alto mar, aquela cor turquesa maravilhosa, avistamos e fizemos snorkel com peixe boi, raias gigantes, tubarões (nurse shark), tartaruga, peixes diversos, moreia enorme. Foi o snorkel mais lindo da minha vida. Como não mergulhamos, não fomos para o Blue Hole, porque era muito caro e todos dizem que para snorkel não vale a pena, não sei. Lá tem bastante bares, é bem lindo ver o pôr do sol no split e comer lagosta de noite assada na churrasqueira por dez dólares é bão demais.
Belize foi assim, só uma semaninha, uma pequena ideia. Recomendam San Ignácio, mais perto da Guatemala com muitas cavernas e as praias mais ao sul como Placencia e Dangringa, mas não conhecemos. Tudo muito caro, dá uma desanimada depois de mais de dois meses na estrada.
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Nurse sharks |
México foi um bônus, já que a passagem de volta era de Cancún ( mais barato) e ainda tínhamos duas semanas. Consideramos pegar um vôo pra Cuba que tava 200 dólares ida e volta a partir de Cancún, mas decidimos que Cuba merecia mais tempo e mais planejamento e já tínhamos gastado o suficiente. Além de tudo, já tínhamos feito 25 dias de México dois anos antes e tinha sido o máximo. E repito: o México é divino.
Laguna Bacalar:
A ideia então era conhecer lugares novos. A laguna fica perto da fronteira, fomos de barco para Belize City e de lá pegamos um ônibus para Chetumal, de Chetumal tem táxi coletivo por dois dólares para Bacalar. Que laguna. Que lugar. É uma laguna de água doce, com mil tons de azul turquesa. É ver pra crer.
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Laguna Bacalar:Acho que a Carol gostou de lá! |
Campeche:
Do outro lado, na ponta oeste da península de Yucatán está Campeche. Uma cidade pouco conhecida, mas surpreendente. Para chegar lá, voltamos para Chetumal e fomos de Sur ( tem ADO, empresa de ônibus, também) para Campeche. São umas boas horas de viagem, é longe. Campeche é uma cidade colonial toda restaurada, com prédios de cor pastel e terrosos, cercada por uma muralha do século XVII, a beira mar. Tá bom? Pra mim, tá ótimo.
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Campeche |
Mérida:
Mérida é grande. Mas tava lá no nosso caminho. Ela tem bons museus e muitos festivais. É vibrante e apesar de grande, tem um centro histórico fácil de percorrer a pé. Não fizemos passeios por lá, mas tem opção de Uxmal, Chitzen Itza, Cenotes. Já conhecíamos Chitzen Itza e alguns vários Cenotes, mas se você não conhece, vale muito. Gente, google Mérida, não tirei foto de lá.
Rio Lagartos:
Pegamos um ônibus para Tizimin e depois van para Rio Lagartos. Uma pequena vila de pescadores onde a maioria das pessoas vai para um passeio de bate e volta, sem dormir por lá, uma pena. O passeio de barco é delícia, um mangue bem cuidado, laguna de sal, jacarés e o que todos vão lá pra ver: flamingos. No dia seguinte fomos para Las Colorados de transporte público, uns vinte quilômetros de distância está este vilarejo que pertence a Rio Lagartos e está ficando conhecido pela sua Laguna Rosada. Lá tem extração de sal e num dos processos, um lago fica rosa, rosa de verdade. É bem diferente e muito fotogênico. Voltamos de ônibus também para Rio Lagartos.
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Laguna Rosada |
Isla Holbox:
Na manhã seguinte fomos para a tão esperada Isla Holbox. Pegamos ônibus, táxi coletivo e uma Ferry que sai a cada meia hora. A ilha é linda. Apesar de ter um centro turístico, ela tem a ponta sul e norte ainda selvagem. A água não é turquesa, mas é de um verde de brilhar os olhos. De manhã, dá para caminhar até a Punta Mosquito, a maré fica bem baixa e você pode caminhar em direção ao oceano com a água no joelho por um bom tempo. Tem alguns bolsões de areia no meio, cheio de pássaros. Na Punta Mosquito, tem flamingos, separada por um rio, você pode atravessar pelo mar com a água um pouco a cima do joelho, na parte do rio é fundo e perigoso. É muito tranquila, linda, com pouquíssimas pessoas. A outra ponta, Punta Coco, é onde se vê um super por do sol. Na Punta Coco de noite se pode ver bioluminescência na água quando não tem lua. É uma boa caminhada, uma lanterna é recomendável, mas é tranquilo, não precisa pagar tour. Também tem um tour chamado Três Islas que é bonito, visita um ojo D'agua e duas ilhotas selvagens cheias de pássaros. Não fomos na época do tubarão baleia, mas se você vai de final de junho a começo de setembro é época e quem foi diz que é incrível, imagino, fiquei com vontade de voltar em agosto e fazer um snorkel com estas lindezas.
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Holbox |
Puerto Morelos:
Bom, depois de alguns dias, pegamos um barco de volta, um táxi coletivo para Cancún ( tem ônibus também), uma van para Playa del Carmen e outra até Puerto Morelos. A região de Cancún até Tulum tem estas vans que saem a cada quinze minutos por um precinho camarada. Paramos em Puerto pois não conhecíamos lá ainda. É uma vila não muito grande, com um mar bem bonito e ótimo para uma caminhada de manhã. Está entre a cara e muvucada Cancún e a festeira Playa, ficamos só uma noite, gostei de lá.
Tulum:
Para chegar em Tulum foi uma van para Playa e outra para Tulum, saem o tempo todo, tem que trocar, mas não se espera nada, é demasiadamente fácil. Já conhecíamos lá, mas caso seja sua primeira vez: a praia é linda e ótima para caminhar, tem muitos lindos cenotes por perto, ruínas Mayas a beira mar, mar turquesa e fica a poucos quilômetros de Akumal que é uma praia bem bonita onde se faz snorkel com tartarugas. O único problema de Tulum é que a cidade em si fica um pouco distante da praia e as hospedagens perto do mar são caras. Mas tem bastante bicicleta para alugar, van ou táxi.
Isla Mujeres:
Depois de dois dias por lá, fomos para Isla, uma van pra Playa del Carmen, outra pra Cancún, táxi para onde sai a ferry e quinze minutos de Ferry. Parece longo, mas o percurso todo leva umas duas horas. Isla é linda. Já conhecíamos também. É ótima para snorkeling e tem um canto com uma praia gostosa perto de onde fica o Resort Mía. O Hotel Garrafon de Castilla é um ótimo lugar pra se fazer snorkel, paga pra entrar, mas vale a pena. A Punta Sur onde fica o farol é bem bonita e a prainha logo perto de onde chega a ferry caminhando mais pro canto de manhã é linda mesmo.
Playa Del Carmen
Dormimos nossa última noite da viagem lá que é 40 min. do aeroporto de Cancún e apesar de grande e festeira é muito mais agradável que Cancún. Tem uma rua para pedestres cheia de lojinhas, vários bares e restaurantes, você encontra de tudo por lá, menos uma praia tranquila, acho que por isso muitos escolhem lá como base para desbravar a Costa que tem muitas praias lindas tanto pra cima e principalmente pra baixo dali e pra quem curte uma noitada, lá não falta festa. Inclusive de dia, você anda pela praia e sempre tem uns Beach clubs cheios de gente festando. Puerto Morelos, Tulum e Playa já foram o bônus do bônus da viagem e como já conhecíamos, acabei não tirando foto, mas são lindos e tem muito a explorar. Uma semana pra lá é pouco!
Fim e muitas considerações finais
Como tudo que é bom passa rápido, estes três meses de viagem passaram voando. Para a mulherada que está com vontade de se jogar no mundo, vá sem medo, mas com bom senso, a gente sabe bem que não é fácil ser mulher viajante, independente.
Lido muito bem com a saudade e fico tranquila na estrada por muito tempo, mas, mesmo não sendo muito vaidosa, chega um hora que a pele, os pés e cabelo estão num estado tão deplorável que eu chego a duvidar que um dia fique apresentável. As roupas vão se evaporando, se desfazendo de tanto usar e lavar. Normalmente levo uns 15 quilos de coisa com tudo o necessário, lembre-se do perrengue que é carregar isso pra cima e pra baixo, inclusive no ônibus lotado. Não gosto de mochila porque minha coluna não aguenta, então tenho uma bagagem que tem rodinhas, mas que tem alça pra mochila também, em muitos momentos não dá pra puxar a mala de rodinha (rua cheia de pedras, areia de praia, cidade muvucada, então encontrei a boa alternativa). Bagagem é uma coisa muito pessoal, mas sim, menos é mais. Itens como canivete, isqueiro, cadeado e lanterna são sempre úteis. Todos os documentos, cartões, telefone e máquina são necessidade básica. Bom tênis ou bota de caminhada, chinelo e sandália ou papete que dê pra molhar, roupa leve básica e que seque rápido sem exageros, uma opção pro frio e capa de chuva. Nunca começo a viagem com mala cheia, jamais. Principalmente porque você precisa de espaço para as comprinhas do caminho e não precisa perder tanto tempo organizando tudo pra fechar. Gosto também de levar saquinhos estanques ( compro na Decathlon) pra separar roupa suja e molhada, ter quando chove pra levar em trilhas e na praia. Ao longo do caminho vou deixando peças que vão se acabando e costumo lavar roupa na lavanderia a cada dez dias, mais ou menos, lavar no banho só uma vez, pra não acumular e não começar a feder. Itens de higiene você vai comprando no caminho e remédios que não precisam de receita também.
Sobre hospedagem, eu gosto de usar o booking.com e colocar no filtro os lugares mais baratos primeiro e vou vendo tipo os cinco mais baratos e comparando. Também gosto do airbnb.com. Sempre reservo os primeiros dois dias da viagem e o resto vou reservando e decidindo no caminho. Lugar pequeno fora da temporada às vezes não precisa reservar, mas é bom ter uns nomes e endereços na cabeça pra chegar menos perdida.
Dinheiro depende muito, quanto mais cansada, mais eu gasto. Quando tô na garra é mercado, caminhadas longas, transporte público, hospedagem bem simples. Passeios e tours têm que pesquisar e pechinchar, não tem jeito e claro, fazer os que você mais tem vontade.
Uma coisa é certa, dinheiro gasto em viagem é sempre um bom investimento! Explore sem moderação!
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Vitória!!! |
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