quarta-feira, 28 de março de 2012

Vem pra Índia você também...


Na Índia eu descobri que não é isso ou aquilo. É isso e aquilo. Quase tudo que se fala sobre a Índia é mentira e é verdade.
Ela é detestável e adorável. Fétida, pura. É espiritual e não há nada mais terreno. É o caos mais organizado do planeta. É pobre, é rica. É colorida, é cinza. É cansativa, é insaciável. É moderna, é antiquada.
Mas tem A palavra que descreve este país: “Incredible”. Sim, incrível, de impossível de acreditar mesmo. Vejo coisa aqui que duvido que exista mesmo depois de presenciar. Homens e mais homens fazendo cocô em público, arrotos, catarradas, peidos por toda parte. Incenso, flores, “ommmmmm”. Elefante, camelo, macaco atrapalhando o trânsito já caótico de Delhi têm também. Vacas brigando no meio de uma das avenidas mais tumultuadas do país e todo mundo  esperando têm sim, senhor.
Uma coisa é certa, você dificilmente vai achar outro lugar no planeta tão intrigante. Então respire fundo, deixe seus pré-conceitos de lado, mantenha sempre a calma e aproveite!

domingo, 18 de março de 2012

Pelo Rajasthan

Entre as cores da cidades rosa, azul e amarela.
Entre o deserto, os ratos, as vacas, os templos e o mundo de gente.
Viajando com mais zilhares de outros de trem, ônibus, camelo, elefante, rickshaw...
Ainda vai ter um pedacinho dos Himalayas...
E logo logo, adeus!


sexta-feira, 9 de março de 2012

O fim do último projeto


Hoje foi meu último dia de trabalho na escola de Pune. Foram seis intensas semanas, cada dia mais especial que o outro. Fiz grandes parceiros na escola e aprendi muito ensinando as crianças. Elas, sem dúvida, fizeram a minha estadia aqui ser mais do que inesquecível. Dentre os 62 pequenos, 62 me marcaram.
Tive meus problemas de sempre com conflitos em relação ao sistema de ensino e ao curto tempo do meu projeto. Mais uma vez ficou com aquele sentimento de que não foi o suficiente. Mas vi alguns pequenos aprenderem a ler, outros ficaram um pouco mais independentes, outros simplesmente mais sorridentes.
Vou embora com um nó no peito, mas cheia de boas recordações. Hoje foi dia de festa na escola, com muitos cartazes e cartinhas de ‘boa viagem’, ‘volta logo’ e ‘obrigada’. Quem saiu agradecida mesmo fui eu.
Hoje a noite é dia de mais uma festa de despedida. Mais grandes amigos que foram feitos celebrando os belos encontros que a vida nos proporciona. Amanhã eu vou pro norte ver um pouquinho mais da imensa Índia.
Beijos saudosos e boa viagem!




domingo, 4 de março de 2012

Murros, Casamento e Marcha Ré

A cada dia que passa em um país diferente, você aprende algo novo. Ou melhor, você aprende muita coisa nova em cada minuto vivido em um ambiente estranho.
Aprendi por exemplo que por aqui, muita coisa acontece na força, de baixo do tapete. Há um tempo, Mumbai sofria com problemas relacioanados à drogas e ao narcotráfico. O problema foi resolvido pegando este pessoal na rua e matando. Foi resolvido, rapidinho, rapidinho. E por aqui polícia bate e professor bate livremente também, e quando eu pergunto para o pessoal se eles acham esta violência OK, eles respondem: 'Ninguém apanha sem merecer'. E se você bater o carro, corre, salve-se. Porque vira um fuzuê, uma multidão e em tempo recorde começa a pancadaria. Eu não entendo, porque este pessoal em geral é super pacífico, mas uma coisa que eu percebi ser bem indiana é resolver coisas 'na mão'.
A história do pedágio para mim é uma pérola. Pois bem, depois da cancela fica um pessoal com umas pedras enormes. Se você não pagar, eles jogam pedra no seu carro. Multa pra quê, meu irmão?
E para evitar batidas de carro indesejadas, uma boa medida é avisar quando se usa a marcha ré. Ao engatar a ré, automaticamente seu carro começa a tocar uma música e pasmem...a mais famosa é a instrumental de "Chorando se foi, quem uma dia só me fez chorar" (aquela velha lambada do final da década de 80). Levou um tempo para eu perceber que esta música vinha dos carros que estavam andando para trás.
E o mais intrigante para mim foi perceber que aqui o casamento arranjado ainda é regra e não exceção. Hoje mesmo, o Kadu, uma amigo indiano, dormiu aqui na casa de um amigo e saiu bem cedinho. E por que ele foi embora tão cedinho?
Hoje é um dia importante para ele. Vai uma moça em sua casa, amiga da família. Seus pais querem apresentá-la para ele. Ela será sua futura esposa. E eu achei que a família dele fosse tradicional, que este fosse apenas um caso. Mas conversa vai, conversa vem, descobri que o mais comum é pelo menos ter o consentimento das famílias. Que o casamento por amor é estranho e visto como perigoso, mesmo entre os jovens. O amor vem depois, constrói-se.

Vivendo e aprendendo. E como já dizia Gandhi: "Learn as if you are going to live forever!"
E que Ganesh nos proteja.

sábado, 3 de março de 2012

Experiência Completa

Vivia me gabando por estar viajando há um bom tempo e não ficar doente. E quando cheguei na Índia, o povo me dizia: "Espere e verás". "Aqui nenhum estômago escapa".
Só que quatro semanas de Índia e nada de passar mal, me fez pensar que eu seria a exceção. Bom, quase.

Este final de semana estava todo programado para Hampi, uma cidade com templos antigos. Passagem comprada, tudo certo. Mas meu corpinho resolveu pedir um tempo.
Vomita daqui, revira dali. Viagem cancelada e final de semana na cama e no banheiro. Viva a Índia!